" A verdadeira afeição na longa ausência se prova"

Luís de Camões

quarta-feira, 30 de março de 2011

Saudade da infância

Na 2º série do fundamental a aula mais legal era de música  e canto com o professor Paulo.
Já não me recordo o sobrenome, mas jamais esqueço das músicas que aprendi a cantar.
Uma delas que eu gostava muito era 'É por você que canto'. Sábado no casamento do meu primo tocaram justamente essa música no final da cerimônia relgiosa.
Déjà vu foi demais.

É POR VOCÊ QUE CANTO

Quanto mais o tempo passa
Mais eu quer ter você
Este seu jeito de me abraçar
Este seu jeito de olhar pra mim
Foi que fez com que

Eu gostasse logo de você
Tanto assim
É por você que canto...
Quanto mais você me abraça
Mais eu quero ter você
Cada beijo que você me dá
Faz meu corpo todo estremecer

Sem você eu sei que
Não teria nenhuma razão
Pra viver
É por você que canto...
Pode tudo transformar
Pode tudo se perder
Pode o mundo virar contra mim
Aconteça seja lá o que for
Cada dia que passar
Eu quero ainda muito mais
Seu amor
É por você que canto...
Quanto mais você me abraça
Mais eu quero ter você
Cada beijo que você me dá
Faz meu corpo todo estremecer
Sem você eu sei que
Não teria nenhuma razão
Pra viver
É por você que canto...
Pode tudo transformar
Pode tudo se perder
Pode o mundo virar contra mim
Aconteça seja lá o que for
Cada dia que passar
Eu quero ainda muito mais
Seu amor
É por você que canto...
É por você que canto...
 
 

terça-feira, 29 de março de 2011

Alerta aos pessimistas: pensamento negativo tem poder

Quando vi o título desta matéria logo visualizei a mim muitas vezes e muitas pessoas que eu conheço, por isso achei legal dar esse aviso: PENSAMENTO NEGATIVO TEM PODER.




Gatilho hormonal é disparado no cérebro quando a pessoa crê que algo vai dar errado

Juliana Bublitz  |  juliana.bublitz@zerohora.com.br
"Ó, vida, ó, azar!", queixava-se a hiena Hardy Har Har, no clássico desenho animado, prevendo que as coisas não dariam certo. Agora, uma pesquisa provou que, de alguma forma, Hardy tinha razão. Se um paciente pensa que o tratamento não vai funcionar, ele provavelmente não irá, mesmo com as melhores técnicas ou os mais potentes medicamentos.
Uma antiga crença popular acaba de ganhar comprovação científica. Publicado em fevereiro na revista Science Translational Medicine, um estudo liderado pela Universidade de Oxford, da Grã-Bretanha, com a participação de outras três instituições europeias, mostrou que o pensamento negativo pode, sim, ter consequências nocivas. Pelo menos quando o assunto é saúde.

Decididos a desvendar os mistérios do cérebro e a testar se as convicções dos pacientes podem alterar o resultado de um tratamento, os cientistas reuniram 22 voluntários para uma bateria de exames. No laboratório, sem que os envolvidos soubessem, manipularam suas expectativas em relação à dor. Os resultados foram surpreendentes.
Imagine a cena: acomodados em um aparelho de ressonância magnética, com tubos intravenosos nos braços, os participantes foram expostos a uma dor física, provocada por uma fonte de calor. Pela corrente sanguínea, passaram a receber um analgésico potente.

Em determinado momento, ficaram sabendo que o medicamento seria cortado repentinamente. Quando isso aconteceu, os relatos de sofrimento aumentaram vertiginosamente. Nada demais, não fosse um pequeno detalhe: eles continuavam medicados. O mais curioso é que, por meio de imagens da atividade cerebral dos voluntários, os estudiosos confirmaram que eles realmente sentiam o desconforto relatado. Em outras palavras, a certeza de que a situação iria piorar anulou o efeito do remédio.

segunda-feira, 28 de março de 2011

Quis porque quis fazer jornalismo

Depois de muitos anos, duas mães se reencontram num colégio, no dia de votação de uma eleição qualquer.

- Maria Helena? Você não é a mãe do Paulo Henrique, o amigo do Arturzinho, meu filho, nos tempos aqui do colégio?

- Claro! Sou a mãe do Paulo Henrique, sim. Quanto tempo, Célia! E como vai o Arturzinho?

- Arturzinho tá ótimo. Tá nos Estados Unidos. Acabou a faculdade de Economia na USP e está fazendo uma pós-graduação em Nova York. Tá todo empolgado! A família também. E o Paulo Henrique?

- Paulo é aquela coisa: nunca gostou de estudar. Quis porque quis fazer jornalismo. O pai não queria. Agora tá aí, desempregado. Diz que manda currículo todo dia, pra tudo que é lugar, mas a situação tá difícil.

- Mas isso é fase, Maria Helena.


- Deus te ouça, Célia. O Paulo Henrique passa o dia inteiro tocando guitarra no quarto. Diz que vai ser músico também. O pai não tá gostando nada. Eu queria tanto que ele fosse igual ao Arturzinho.

- Bem, Maria Helena, deixa eu ir. Sucesso pro Paulo Henrique.


Dois anos depois, numa outra eleição, novo reencontro.


- Oi, tudo bem? E o Paulo Henrique? Ainda sem emprego?

- Oi, Célia, tudo bem. O Paulo arrumou umas coisas, sim, mas tudo bico. Pelo menos tá pagando as contas dele.

- Que bom, já é alguma coisa, né?

- Ele diz que também está fazendo um blog. Acho que é esse o nome: blog. Não ganha nada. Diz que vai ganhar, mas até agora nada. Diz que é um blog sobre transparência política. Não entendo direito. Ah, esse moleque. E o Artur?

- Arturzinho tá ótimo. Já tá voltando pro Brasil. Mês que vem. Com a pós que ele fez lá nos Estados Unidos, já garantiu um superemprego aqui, num banco grande. Tão jovem e já vai ter um cargo importante, sabe? Salário excelente.

- Que bom. O Arturzinho sempre foi muito estudioso. Eu falava pro Paulo: segue o exemplo do seu amigo. Mas fazer o quê? Quis porque quis fazer essa bobagem de jornalismo...


Pelas mais diversas circunstâncias, o encontro seguinte só ocorreu depois de oito anos.


- Maria Helena, tudo bem? Lembrei de você esses dias!

- Sério?

- Me fala uma coisa: o Paulo Henrique Dias, o jornalista que denunciou o esquema de corrupção lá no Senado, é o seu filho?

- É o meu filho, sim.

- Jura?

- Paulinho tá trabalhando em Brasília há uns cinco anos ou mais. Gostou mesmo dessa coisa de política, investigação, transparência. Lembra que eu falei do blog? Arrumou até emprego por causa do blog.

- Lembro do blog, sim. Que coisa, né?

- Não ganha o salário do Arturzinho, mas tá muito feliz.

- Então, deixa eu te contar. O Artur não está mais no banco. Fez uma besteira lá num investimento alto, o banco perdeu muito dinheiro e mandou ele embora. O pai ficou uma fera. Vai estudar nos Estados Unidos pra fazer uma besteira dessas?

- Sério? Coitado...

- E quando é pra dar errado dá tudo junto. Ele tinha casado, mas depois da confusão com o banco até a mulher abandonou o Artur. Tá em depressão. Não vai nem mais às aulas de esgrima.

- O pai do Paulinho tá todo orgulhoso do filho. Eu também, sabe? Tenho uma pasta aqui com os recortes das matérias dele. Quer ver? Só matéria de capa.

- Nossa, que coisa, né?

- E não é que o Paulinho se encontrou mesmo no jornalismo?

(Duda Rangel)

sexta-feira, 25 de março de 2011

Àries

(de 21 de março a 20 de abril)

Branca, preta ou amarela
A ariana zela.
Tem caráter dominador
Mas pode ser convencida
E aí, então, fica uma flor:
Cordata... E nada convencida.
Porque o seu denominador
É o amor.

Vinícius de Moraes


Vinícius de Moraes

Eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores, mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos! A alguns deles não procuro, basta saber que eles existem. Esta mera condição me encoraja a seguir em frente pela vida...mas é delicioso que eu saiba e sinta que eu os adoro, embora não declare e os procure sempre...

Parando pra pensar...

Lendo um texto da Martha Medeiros hoje eu parei pra pensa sobre a vida...
Já é de madrugada, estou sem um pingo de sono e com um rio de lágrimas no rosto.
Vinte anos da minha vida já estão rolando.
Fico muito feliz quando penso em tudo o que conquistei meus amigos, minha família, meus estudos...
Mas e daqui a vinte anos?
Como será?
Terei alcançado meus sonhos? E o maior deles, o que parece impossível? O que terá sido dele?
Não sei, quem sabe?
Nada é impossível, mas sim imprevisível!

quinta-feira, 24 de março de 2011

Permacultura

Foi fazendo meu homework que me lembrei da primeira palestra que tive na faculdade.
Foi sobre agricultura orgânica e lá descobrimos coisas incríveis, métodos baratos e ecologicamente corretos de se viver.
Encontrei no youtube esse vídeo do professor que nos deu uma das palestras.


quarta-feira, 23 de março de 2011

Fundamentos da Economia

Qual é a coisa que você mais faz durante toda sua vida?
Com certeza uma delas é tomar decisões.
Tente imaginar quantas decisões você tem que tomar em um dia, experimente mesmo, é legal.
Esse foi um tópico de uma das minhas aulas de Fundamentos da Economia.
A princípio eu não me interessava pela disciplina, mas a maneira como o professor conduz a aula torna ela bastante interessante.
TRADE-OFF : perda ou ganho de uma decisão em troca de outra.
Um outro exemplo de trade-off, faz referência ao jogo de xadrez em que jogadores de nível um pouco mais avançado criam, na abertura de uma partida, um gambito - espécie de perda material (geralmente peões)- a fim de garantir qualidade, desenvolvimento, harmonia e maior mobilidade entre as peças tendo como conseqüência um bom desempenho de jogo em troca de um ou mais peões perdidos.

Tomar decisões é planejar, planejar envolve tempo e o tempo é algo que não se acumula, ele flui. Por isso é importante termos um planejamento, e então lançar metas a serem alcançadas sabendo que para isso estaremos nos expondo à algum grau de risco.



sábado, 12 de março de 2011

Inspiração

Inspirada
Só quando estou apaixonada
Abandonada
Não tenho saída
Amo mesmo escrever
Sou pecadora
Faltei as aulas de gramática
Estudo inglês
E mal sei o Português
Me chateio com regras
Por isso que te quero
Você foge às minhas leis
A caneta desgraçada
Bendita me chamava
Para essa poesia toda errada
Mal rimada
Um dia serei lembrada?
Sei lá
Só quero te amar
E ser amada

terça-feira, 8 de março de 2011

O MULHERÃO

Peça para um homem descrever um mulherão.Ele imediatamente vai falar do tamanho dos seios,na medida da cintura,no volume dos lábios,nas pernas,bumbum e cor dos olhos.Ou vai dizer que mulherão tem que ser loira,1,80m,siliconada,sorriso colgate.Mulherões,dentro deste conceito,não existem muitas:Vera Fischer,Leticia Spiller,Malu Mader,Adriane Galisteu,Lumas e Brunas.Agora pergunte para uma mulher o que ela considera um mulherão e você vai descobrir que tem uma a cada esquina.

Mulherão é aquela que pega dois ônibus por dia para ir ao trabalho e mais dois para voltar,e quando chega em casa encontra um tanque lotado de roupa e uma família morta de fome.Mulherão é aquela que vai de madrugada para a fila garantir matricula na escola e aquela aposentada que passa horas em pé na fila do banco para buscar uma pensão de 100 Reais.
Mulherão é a empresária que administra dezenas de funcionários de segunda a sexta, e uma família todos os dias da semana.Mulherão é quem volta do supermercado segurando várias sacolas depois de ter pesquisado preços e feito malabarismo com o orçamento.Mulherão é aquela que se depila, que passa cremes, que se maquia, que faz dieta,que malha,que usa salto alto, meia-calça,ajeita o cabelo e se perfuma,mesmo sem nenhum convite para ser capa de revista.Mulherão é quem leva os filhos na escola,busca os filhos na escola,leva os filhos para a natação,busca os filhos na natação,leva os filhos para a cama,conta histórias,dá um beijo e apaga a luz.Mulherão é aquela mãe de adolescente que não dorme enquanto ele não chega, e que de manhã bem cedo já está de pé, esquentando o leite.
Mulherão é quem leciona em troca de um salário mínimo,é quem faz serviços voluntários,é quem colhe uva,é quem opera pacientes,é quem lava roupa pra fora,é quem bota a mesa,cozinha o feijão e à tarde trabalha atrás de um balcão.Mulherão é quem cria filhos sozinha, quem dá expediente de oito horas e enfrenta menopausa,TPM,menstruação.Mulherão é quem arruma os armários, coloca flores nos vasos,fecha a cortina para o sol não desbotar os móveis, mantém a geladeira cheia e os cinzeiros vazios.Mulherão é quem sabe onde cada coisa está, o que cada filho sente e qual o melhor remédio pra azia.

LUMAS,BRUNAS,CARLAS,LUANAS E SHEILAS: Mulheres nota dez no quisito lindas de morrer, mas MULHERÃO É QUEM MATA UM LEÃO POR DIA

Martha Medeiros


A TODAS NÓS MULHERES, UM FELIZ DIA DA MULHER!!!

segunda-feira, 7 de março de 2011

Refletir

Dia desses na universidade meu professor de Sociologia Rural pediu para a gente ler dois capítulos de um livro, Sociologia Crítica: Alternativas de mudança, de Pedrinho Guareschi.
Pois bem, a primeira coisa que pensei foi, espero que tenha poucas páginas porque se o assunto for chato acaba logo.
Para minha surpresa, adorei o livro, o assunto e principalmente a maneira como o autor apresenta cada tópico.
Dos dois capítulos que eu tinha que ler, já estou no capitulo VII e com certeza lerei o livro todo.
Alguns parágrafos do segundo capitulo me chamaram atenção especialmente e queria dividir com quem ler este blog...
“Você já pensou por que você acha que é o que é? Por que se define como, sendo estudante, brincalhão, rapaz, bom jogador de futebol? Quem ensinou para você as palavras, quem deu as definições das palavras “estudante”, “brincalhão” etc.? Aí você começa a ver que nós somos, em grande parte, o que os outros dizem, ou acham que somos. E na medida em que nós vamos incorporando e aceitando o que os outros pensam e acham a nosso respeito, nós vamos formando nossa identidade.
É claro que não é só isso que forma nossa identidade. Nós podemos também refletir, tomar consciência do processo de como a gente é o que é, e tentar mudar. Mas em grande parte nós ficamos condicionados à influencia dos outros, inclusive pelo fato de termos de aceitar a própria linguagem e as definições das coisas que os outros nos deram.”

sexta-feira, 4 de março de 2011

Quase

a vida é uma sombra quase
a vida é um sonho quase
e se a vida é mesmo um sonho
os sonhos, sonho
quase


Uili Bergamin

Que bem isso está gerando?

Carta Sátira...demostrando o tratamento ambiental desigual e ocasiões que põe em discussão o código florestal..


A carta a seguir - tão somente adaptada por Barbasa Melo - foi escrita por Luciano Pizzatto que é engenheiro florestal, especialista em direito sócio ambiental e empresário, diretor de Parque Nacionais e Reservas do IBDF-IBAMA 88-89, detentor do primeiro Prêmio Nacional de Ecologia.

Carta do Zé agricultor para Luis da cidade.

Prezado Luis, quanto tempo. Eu sou o Zé, teu colega de ginásio noturno, que chegava atrasado, porque o transporte escolar do sítio sempre atrasava, lembra né? O Zé do sapato sujo? Tinha professor e colega que nunca entenderam que eu tinha de andar a pé mais de meia légua para pegar o caminhão por isso o sapato sujava.

Se não lembrou ainda eu te ajudo. Lembra do Zé Cochilo... hehehe, era eu. Quando eu descia do caminhão de volta pra casa, já era onze e meia da noite, e com a caminhada até em casa, quando eu ia dormi já era mais de meia-noite. De madrugada o pai precisava de ajuda pra tirar leite das vacas. Por isso eu só vivia com sono. Do Zé Cochilo você lembra né Luis?

Pois é. Estou pensando em mudar para viver ai na cidade que nem vocês. Não que seja ruim o sítio, aqui é bom. Muito mato, passarinho, ar puro... Só que acho que estou estragando muito a tua vida e a de teus amigos ai da cidade. To vendo todo mundo falar que nós da agricultura familiar estamos destruindo o meio ambiente.

Veja só. O sítio de pai, que agora é meu (não te contei, ele morreu e tive que parar de estudar) fica só a uma hora de distância da cidade. Todos os matutos daqui já têm luz em casa, mas eu continuo sem ter porque não se pode fincar os postes por dentro uma tal de APPA que criaram aqui na vizinhança.

Minha água é de um poço que meu avô cavou há muitos anos, uma maravilha, mas um homem do governo veio aqui e falou que tenho que fazer uma outorga da água e pagar uma taxa de uso, porque a água vai se acabar. Se ele falou deve ser verdade, né Luis?

Pra ajudar com as vacas de leite (o pai se foi, né .) contratei Juca, filho de um vizinho muito pobre aqui do lado. Carteira assinada, salário mínimo, tudo direitinho como o contador mandou. Ele morava aqui com nós num quarto dos fundos de casa. Comia com a gente, que nem da família. Mas vieram umas pessoas aqui, do sindicato e da Delegacia do Trabalho, elas falaram que se o Juca fosse tirar leite das vacas às 5 horas tinha que receber hora extra noturna, e que não podia trabalhar nem sábado nem domingo, mas as vacas daqui não sabem os dias da semana ai não param de fazer leite. Ô, bichos aí da cidade sabem se guiar pelo calendário?

Essas pessoas ainda foram ver o quarto de Juca, e disseram que o beliche tava 2 cm menor do que devia. Nossa! Eu não sei como encumpridar uma cama, só comprando outra né Luis? O candeeiro eles disseram que não podia acender no quarto, que tem que ser luz elétrica, que eu tenho que ter um gerador pra ter luz boa no quarto do Juca.

Disseram ainda que a comida que a gente fazia e comia juntos tinha que fazer parte do salário dele. Bom Luis, tive que pedir ao Juca pra voltar pra casa, desempregado, mas muito bem protegido pelos sindicatos, pelo fiscais e pelas leis. Mas eu acho que não deu muito certo. Semana passada me disseram que ele foi preso na cidade porque botou um chocolate no bolso no supermercado. Levaram ele pra delegacia, bateram nele e não apareceu nem sindicato nem fiscal do trabalho para acudi-lo.

Depois que o Juca saiu eu e Marina (lembra dela, né? casei) tiramos o leite às 5 e meia, ai eu levo o leite de carroça até a beira da estrada onde o carro da cooperativa pega todo dia, isso se não chover. Se chover, perco o leite e dou aos porcos, ou melhor, eu dava, hoje eu jogo fora.

Os porcos eu não tenho mais, pois veio outro homem e disse que a distância do chiqueiro para o riacho não podia ser só 20 metros . Disse que eu tinha que derrubar tudo e só fazer chiqueiro depois dos 30 metros de distância do rio, e ainda tinha que fazer umas coisas pra proteger o rio, um tal de digestor. Achei que ele tava certo e disse que ia fazer, mas só que eu sozinho ia demorar uns trinta dia pra fazer, mesmo assim ele ainda me multou, e pra poder pagar eu tive que vender os porcos as madeiras e as telhas do chiqueiro, fiquei só com as vacas. O promotor disse que desta vez, por esse crime, ele não ai mandar me prender, mas me obrigou a dar 6 cestas básicas pro orfanato da cidade. Ô Luis, ai quando vocês sujam o rio também pagam multa grande né?

Agora pela água do meu poço eu até posso pagar, mas tô preocupado com a água do rio. Aqui agora o rio todo deve ser como o rio da capital, todo protegido, com mata ciliar dos dois lados. As vacas agora não podem chegar no rio pra não sujar, nem fazer erosão. Tudo vai ficar limpinho como os rios ai da cidade. A pocilga já acabou, as vacas não podem chegar perto. Só que alguma coisa tá errada, quando vou na capital nem vejo mata ciliar, nem rio limpo. Só vejo água fedida e lixo boiando pra todo lado.

Mas não é o povo da cidade que suja o rio, né Luis? Quem será? Aqui no mato agora quem sujar tem multa grande, e dá até prisão. Cortar árvore então, Nossa Senhora!. Tinha uma árvore grande ao lado de casa que murchou e tava morrendo, então resolvi derrubá-la para aproveitar a madeira antes dela cair por cima da casa.

Fui no escritório daqui pedir autorização, como não tinha ninguém, fui no Ibama da capital, preenchi uns papéis e voltei para esperar o fiscal vim fazer um laudo, para ver se depois podia autorizar. Passaram 8 meses e ninguém apareceu pra fazer o tal laudo ai eu vi que o pau ia cair em cima da casa e derrubei. Pronto! No outro dia chegou o fiscal e me multou. Já recebi uma intimação do

Promotor porque virei criminoso reincidente. Primeiro foi os porcos, e agora foi o pau. Acho que desta vez vou ficar preso.

Tô preocupado Luis, pois no rádio deu que a nova lei vai dá multa de 500 a 20 mil reais por hectare e por dia. Calculei que se eu for multado eu perco o sítio numa semana. Então é melhor vender, e ir morar onde todo mundo cuida da ecologia. Vou para a cidade, ai tem luz, carro, comida, rio limpo. Olha, não quero fazer nada errado, só falei dessas coisas porque tenho certeza que a lei é pra todos.

Eu vou morar ai com vocês, Luis. Mais fique tranqüilo, vou usar o dinheiro da venda do sítio primeiro pra comprar essa tal de geladeira. Aqui no sitio eu tenho que pegar tudo na roça. Primeiro a gente planta, cultiva, limpa e só depois colhe pra levar pra casa. Ai é bom que vocês e só abrir a geladeira que tem tudo. Nem dá trabalho, nem planta, nem cuida de galinha, nem porco, nem vaca é só abri a geladeira que a comida tá lá, prontinha, fresquinha, sem precisá de nós, os criminosos aqui da roça.

Até mais Luis.

Ah, desculpe Luis, não pude mandar a carta com papel reciclado pois não existe por aqui, mas me aguarde até eu vender o sítio.

Saudade...

Quem como eu não sente saudades da banda Mamonas Assassinas?
Eu era muito criança na época que eles surgiram, mas uma vez que eu ouvi Pelados em santos foi o que bastou pra me apaixonar e nunca mais esquecer.
Conheci as músicas pela TV na verdade, porque meus pais  só tinham um rádio AM, mas com cinco anos  eu já saia por aí cantando e dançando aquelas músicas hilárias.
Fiquei muito feliz em saber que um filme sobre os Mamonas vai sair este ano, já estou super ansiosa pra assistir.
Abaixo trechos da matéria Pioneiro:
'Mamonas pra sempre' chega ao cinema em maio para contar a história da banda de rock
Filme resgata a trajetória do Mamonas Assassinas, os desafios vencidos e a ascensão do grupo em menos de 10 meses
Juntar rock com humor não era novidade quando o quinteto Mamonas Assassinas tomou de assalto o Brasil, em 1995. Com um sucesso meteórico a partir de meados do ano, não havia como escapar da irreverência de Dinho e companhia, que virou mania nacional.

E, agora, essa irreverência poderá ser vista nos cinemas. O documentário Mamonas Pra Sempre, de Cláudio Kahns, tem estreia prevista para maio no circuito nacional. Recheado de material inédito, narra a história da banda que, em menos de 10 meses, saiu do anonimato para ser um dos maiores fenômenos da música brasileira.
O grupo, criado em Guarulhos (SP), teve como embrião uma banda bem mais séria, chamada Utopia. Tocava versões para os sucessos dos Titãs e do Legião Urbana. A Utopia chegou a gravar de maneira independente o disco A Fórmula do Fenômeno, um fracasso de vendas que teria comercializado cerca de 100 cópias.
Chegaram a vender 50 mil cópias por dia de seu único disco de estúdio, lançado em 1995 – Mamonas Assassinas vendeu, no total, impressionantes 3 milhões de cópias. E realizaram 182 shows num período de seis meses.



quinta-feira, 3 de março de 2011

(...) Nada sabia do pólen,
Reduto misterioso da sobrevivência das espécies vegetais,
Da tarefa sagrada do vento,
Dos insetos, hoje apunhalados pelos agrotóxicos do progresso.
Louvados sejam também os pássaros
Atraídos pelas cores das frutas:
Espalham sementes e garantem
A perpetuação das espécies. (...)
Fragmento do livro 'Conc(s)ertos em dó maior para as perdas do espanto' de
Delmino Gritti